Com um percurso rápido e características únicas do triatlo nacional, realizou-se no dia 23 de junho a 7ª edição do Triatlo Longo de Caminha.Disputada na média distância, esta prova incluía a primeira etapa do Campeonato Nacional de Clubes de Triatlo Longo e o Campeonato Ibérico Individual de Média Distância com 1900 metros a nadar, 90km de ciclismo e 21km de corrida. Realizou-se também uma prova aberta realizada na distância standard com as distâncias de 1500 metros a nadar, 45km de ciclismo e 10,9km de corrida.

O dia amanheceu chuvoso, mas deu tréguas pouco depois e os triatletas já subiram para o Ferry Boat sem chuva à vista. O transporte para a linha de partida não demorou muito, feito ao som de música com batida forte o que animou o ambiente àquela hora da manhã. Os acompanhantes que assim desejaram subiram também para o barco para assistir à partida que é rapidamente dada momentos após os atletas saltarem para a água. A média distância parte primeiro, seguindo-se os participantes da prova aberta na distância olímpica.

Os atletas nadaram no rio Minho até à praia, num percurso em linha, onde chegaram ao Parque de Transição situado no cais, não sem antes terem passado pela subida para a plataforma, uma imagem de marca desta competição. O segmento de ciclismo foi realizado em três voltas pela Nacional 13, num trajeto plano e rápido e no último segmento da corrida os atletas passaram entre Caminha e Moledo, atravessando a Mata do Camarido, num percurso de duas voltas.

Os resultados desta primeira etapa!

A competição feminina do Campeonato Nacional de Clubes foi ganha pelo Clube de Natação e Triatlo de Lisboa, com Vanessa Pereira a fazer a dobradinha em Caminha, vencendo individualmente o Triatlo com o tempo de 04:31:33. A pontuar para o CNATRIL esteve também Ana Lopes, que ficou na terceira posição da geral com 04:54:15 e Diana Mariño, que fez a prova em 05:09:15.

Hugo Ribeiro, treinador do CNATRIL, comentou a prova, salientando as boas prestações das triatletas: «Era importante vencermos esta primeira etapa, uma posição que, apesar de respeitarmos as adversárias, antecipávamos de certa forma, uma vez que participávamos com um grupo de atletas fortes: Vanessa Pereira era uma das candidatas à vitória individual caso não houvesse nenhum percalço durante a competição, Ana Lopes é uma atleta muito consistente e Diana Mariño é uma excelente nadadora, com um potencial tremendo, dominando de forma inequívoca o primeiro segmento.» O nível global das três atletas era muito bom, havendo por isso fortes possibilidades de ser o CNATRIL a vencer esta primeira etapa em femininos, o que se confirmou, registando-se uma forte oposição das restantes equipas, nomeadamente do Estoril Praia e do Oriental.

O treinador do CNATRIL elogia a organização do Triatlo de Caminha, referindo que esta prova ‘tem todos os condimentos diferenciadores das restantes para vingar, com características extraordinárias (que talvez fossem mais ainda salientadas com a subida à Serra de Arga como já aconteceu noutras edições). «Esta prova tem potencial para vir a ser encarada como o “Havai Ibérico”, salvo as devidas diferenças. Subsistem, no entanto, as questões do drafting que são recorrentes, cumprindo aos responsáveis maior atenção».  Neste aspeto, Hugo Ribeiro é de opinião que, a par da fiscalização durante a prova para fazer cumprir as regras da longa distância, são necessárias ações de sensibilização com objetivos pedagógicos para que os atletas entendam, de facto, as regras e saibam comportar-se em prova, cabendo aqui uma intervenção mais cuidada no briefing.

A segunda posição pertenceu ao Estoril Praia Credibom com Hanna de Sousa, que ficou na terceira posição da geral com 04:46:02, Priscila Gonçalves, com 05:10:43 e Ana Barreto que terminou a prova em 05:48:00.

O Clube Oriental de Lisboa fechou o pódio feminino de clubes no terceiro lugar, com Maria Sousa, com 05:15:03, Fernanda Marques Santinha com 05:15:13 e Sara Colaço com 05:45:21.

O Estoril Praia Credibom venceu a competição masculina, com dois atletas também no pódio geral, João Ferreira, que completou a prova abaixo das 4 horas com 03:51:35, Diogo Silva, que ficou em terceiro lugar absoluto com 03:57:32 e Filipe Marques, que terminou em 04:06:44.

«Sabíamos que não partíamos como favoritos, mas também tínhamos consciência que num dia perfeito, de superação de todos, podíamos causar surpresa. Foi isso que aconteceu no setor masculino», afirma Rodrigo Baltazar, treinador do Estoril Praia Credibom. Um dia incrível do João Ferreira e do Filipe Marques, e uma grande surpresa chamada Diogo Silva que na estreia na distância fez uma prova inacreditável.»

No setor feminino, a equipa estava à conta com apenas três mulheres que teriam que pontuar para conseguir chegar ao pódio. «Conseguimos! As atletas foram brilhantes. Agora faltam duas provas, mas estamos muitos satisfeitos com o espírito de grupo e compromisso que manifestaram com todos demonstraram com a equipa. É isso que mais interessa.», afirma Rodrigo Baltazar que afirma também que mais importante ainda que as boas prestações é a representação dos valores dos atletas.

«A localização é espetacular, a partida realizada no Ferry Boat um plus que torna a prova única. Pelo feedback dos atletas os abastecimentos eram bons e os voluntários preocupados em entregar corretamente a nutrição. No percurso da bicicleta, os atletas consideraram que se tivesse mais um abastecimento – no primeiro retorno – ficaria perfeito», remata o treinador.

Na segunda posição ficou o CNATRIL, com José Estrangeiro a fazer também segundo à geral, Sérgio Marques, com 04:07:34 e Marco Vieira com o tempo de 04:08:55.

O OutSystems Olímpico de Oeiras ficou em terceiro lugar, com André Duarte que fez a prova em 04:09:09, Rui Narigueta com 04:09:50 e Jorge Duarte com 04:10:31.

 

Resultados Absolutos do Triatlo Longo de Caminha

Em absolutos foi João Ferreira, do Estoril Praia Credibom, o primeiro atleta a passar a meta, com 03:51:35, sagrando-se vencedor absoluto e Campeão Ibérico Individual de Média Distância.

«Este ano a natação correu um pouco pior, a água está fria e não consigo aquecer por causa do transporte do Ferry, senti algumas dificuldades». No ciclismo, João Ferreira tentou manter a calma e o ritmo, apesar de o José Estrangeiro ganhar tempo, pelo que este atleta do CNATRIL chegou à corrida com cerca de 3’ de desvantagem. Na corrida, João Ferreira tentou impor um ritmo elevado para ganhar vantagem na primeira volta. «Eu sabia que ia reduzindo a vantagem de três para dois minutos e depois foi dar o meu melhor. Estou muito satisfeito por ter ganho, principalmente ao José Estrangeiro que é um triatleta de referência.»

A próxima prova de João Ferreira será no Fundão, no Triatlo David Vaz, onde o atleta irá competir na distância olímpica sem roda.

Na segunda posição da geral ficou José Estrangeiro, que não conseguiu alcançar a vitória apenas por 15’’ e que completou a competição em 03:51:50. José Estrangeiro encontrava-se na primeira posição na transição para a corrida, com vantagem de 3’ e 15’’ para João Ferreira, mas, na última parte da corrida, o atleta do Estoril foi mais forte acabando por vencer a prova. Diogo Silva, do Estoril Praia Credibom, ficou na terceira posição com 03:57:32, fazendo uma excelente estreia na longa distância.

Em femininos, Vanessa Pereira, do CNATRIL Triatlo, foi a triatleta mais forte em prova, terminando em 04:31:33, Hanna de Sousa, do Estoril Praia Credibom, conquistou a segunda posição com 04:46:02 e Ana Lopes, do CNATRIL Triatlo, subiu ao terceiro lugar 04:54:15.

Vanessa Pereira irá participar no Challenge de Roth, pelo que a sua participação neste triatlo era também um teste de preparação e a última prova antes do objetivo principal no dia 7 de julho.

«O meu objetivo era ajudar o clube a vencer a prova e participar na última competição antes do objetivo principal, não era propriamente vencer a competição.» explica a triatleta do CNATRIL, que ainda assim imprimiu um ritmo forte no ciclismo. «Terminei a prova bem e agora é descansar também para cumprir o objetivo.» A Vanessa explica que para outro triatleta poderia não seria aconselhável participar nesta altura numa prova de média distância, mas para alguns triatletas como ela, que conhecem a sua capacidade de recuperação, pode funcionar como um importante teste.

O VII Triatlo Longo de Caminha é uma organização conjunta da Câmara Municipal de Caminha, da Associação de Triatlo de Caminha e da Federação de Triatlo de Portugal.

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