É a 11 de maio que se realiza a Taça da Europa de Triatlo e o Campeonato do Mediterrâneo que se realiza este ano pela primeira vez em Portugal.

O triatlo irá ser disputado na distância sprint e inclui um percurso de uma volta de 750 metros na baía de Sines, um percurso plano de ciclismo de três voltas e um segmento de corrida também plana de 5km.

O Campeonato do Mediterrâneo está aberto a países que integram a Federação do Mediterrâneo, da qual Portugal faz parte, devido à sua proximidade geográfica, e sendo este evento simultaneamente Taça da Europa conta para o ranking europeu e mundial.

Irão participar nesta competição cerca de 90 atletas oriundos de 15 países, com nomes conhecidos do triatlo mundial, pelo que podemos esperar um nível competitivo elevado.

Vasco Rodrigues, presidente da Federação de Triatlo de Portugal, explica que «a associação à Federação do Mediterrâneo é estratégica para o desenvolvimento da modalidade, uma excelente oportunidade tanto do ponto de vista desportivo como organizativo.»

Portugal candidatou-se à organização deste Campeonato do Mediterrâneo, evento que lhe foi atribuído, associando ainda uma Taça da Europa em Sines, o que permite aos atletas pontuarem para o ranking europeu e mundial. «Credibiliza a imagem do nosso país, reforça Sines como um destino turístico, desportivo e organizativo de referência e permite aos atletas competirem num percurso emblemático da modalidade», afirma o dirigente.

Vasco Rodrigues está convicto que ‘temos bons candidatos a um pódio do Campeonato do Mediterrâneo’!

Sines possui excelentes condições para a prática do triatlo, opinião partilhada pelo vereador do Município de Sines, José Arsénio, que «espera uma grande adesão à prova, já que existe uma grande expectativa tanto em termos de participantes como de público, com os hotéis já com dificuldade em reservar estadia».

Uma prova desta natureza tem um impacto turístico grande, em que a maioria gosta e volta a Sines, já que esta região reúne excelentes condições para a modalidade, mas não só: ‘boa gastronomia, bom clima, praia e bonita paisagem que coexiste perfeitamente com as unidades fabris da região.’

«Quem quiser ver um excelente espetáculo de triatlo pode deslocar-se a Sines!», remata o vereador que, além de desejar pódios nacionais, quer acima de tudo que seja um bom evento de triatlo!

Os triatletas que irão participar

A participar nesta competição irão estar vários nomes conhecidos do Triatlo, numa prova de nível competitivo elevado. A participar pela elite portuguesa está Helena Carvalho, com o dorsal 3, uma atleta que tenta sempre superar o número de partida, embora saiba que ‘que nesta prova será particularmente difícil. «O ideal seria sair da água juntamente com atletas portuguesas, para trabalharmos em conjunto no ciclismo, mas não sei se isso irá acontecer», diz Helena Carvalho, que é conhecida como boa nadadora, a sua modalidade de origem.

Madalena Almeida e Vera Vilaça (5º e 6º na Taça da Europa de Triatlo de Quarteira há duas semanas) e Gabriela Ribeiro (medalha da prata na Taça da Europa de Quarteira na categoria júnior), também poderão executar uma boa prova, sendo fortes na água e ciclismo, que poderão aliar a vantagem de competir em casa.

A alinhar com o dorsal número 1 na elite feminina, está a francesa Emmie Charayron, que depois do top 10 na semana passada na Taça do Mundo em Madrid ‘espera conseguir um bom resultado já que se sente em boa forma.

Marta Sanchez Hernandez representa a nação espanhola, uma atleta que curiosamente vem da natação sincronizada, e que gradualmente tem vindo a demonstrar maior nível competitivo, embora afirme que ‘o nível este ano está muito elevado, e que uma atleta tem que estar equilibrada nos três segmentos e a 100% do início ao final da prova.

«A minha ideia seria sair da água como algumas atletas mais experientes como Helena Carvalho que é muito boa nadadora e continuar a trabalhar num grupo de ciclismo equilibrado». A atleta confessa que não sabe bem o nível que vai encontrar, mas que vai lutar pelo duplo pódio, Taça da Europa e Campeonato do Mediterrâneo!

Anneke Jenkins da Nova Zelândia irá também competir pelo que será interessante perceber o nível competitivo atualmente da triatleta.

O júnior Ricardo Batista, na sua terceira semana consecutiva de competição (com o segundo lugar na Taça da Europa em Quarteira, seguido de uma vitória no Campeonato Nacional Individual de Elites na Distância Sprint no Triatlo de Oeiras), diz que até ele ficou surpreendido consigo mesmo com os resultados espetaculares alcançados nas semanas anteriores. «Estou com uma grande ambição apesar de esta prova já não ser júnior e considero que um top 10 seria bom para mim. Vou encarar a competição confiante como faço sempre»! Com otimismo, Ricardo Batista afirma que é duro participar em três competições seguidas, mas, por outro lado, salienta também que o trabalho está quase todo realizado, havendo uma carga de treino inferior ao habitual, em que o pico de forma se vai mantendo. «Vamos ver o que sai amanhã!»

Com o dorsal número 1, está o belga Erwin Vanderplancke, que vive em Portugal há dois anos, atualmente em Rio Maior, local onde treina. «Sendo a primeira Taça da Europa da época, não vou colocar muita pressão, vou perceber o meu nível, testar-me para outras provas como Taças ou Campeonatos do Mundo».

O atleta confessa que gosta de viver no nosso país, tornando-se especialmente agradável a situação de partilhar a modalidade com a sua namorada portuguesa, Andreia Ferrum, triatleta também presente neste evento. O objetivo será ir ao pódio amanhã, mas «não posso prometer!»

 

Sobre o Campeonato do Mediterrâneo

A Federação do Mediterrâneo foi criada em 2008 na Grécia, com o objetivo de agrupar os países banhados pelo mediterrâneo apoiando-os mutuamente no crescimento e desenvolvimento da modalidade. Progressivamente, a meta vai sendo alcançada e, neste momento, a maioria dos países considerado mediterrânicos, onde se inclui Portugal, pertence à Federação do Mediterrâneo.

O primeiro Campeonato do Mediterrâneo realizou-se em 2015 na Grécia, uns anos mais tarde da criação da Federação. Seguiu-se uma competição em Itália, outra edição em Espanha em 2018 e este ano cabe a Portugal abraçar este evento. Uma etapa única que vai decidir os Campeões do Mediterrâneo em 2019.

«Neste Campeonato há mais de 30 atletas do Mediterrâneo, o que é um número significativo e satisfatório para Portugal», diz Aldo Lucarini, Diretor Geral da Federação de Triatlo do Mediterrâneo. Também se compreende que atletas da Turquia, Chipre ou Malta tenham alguma dificuldade em participar aqui em Portugal, visto ser uma viagem muito longa.

O dirigente da Federação do Mediterrâneo afirma que ‘não existe ainda um circuito, mas um campeonato anual, podendo variar a data de maio a outubro’. O ideal é «que seja no final da época, em que os triatletas procuram uma prova final quando estão mais libertos das provas da temporada».

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