A Taça do Mundo de Paratriatlo realizou-se pela primeira vez no dia 28 de outubro no Funchal na distância sprint. 
Esta prova, disputada por categorias na distância sprint, contou com a presença de 60 paratriatletas, entre os quais seis portugueses. Este foi um primeiro passo muito significativo na implementação do Paratriatlo em Portugal, uma modalidade em que cada triatleta é colocado na sua categoria e classificado de acordo com ela. Para tornar possível este evento  realizou-se  também o primeiro Curso de Classificadores em Portugal através do qual se classificaram os paratriatletas portugueses que assim puderam competir nas suas categorias.

Numa prova de paratriatlo as pessoas transformam-se na sua melhor versão como atletas, superando dificuldades que não pensávamos ser possível. Será uma das razões pelas quais este evento recebeu muito apoio por parte do público, com um entusiasmo especial à passagem dos atletas com as cores nacionais. Assistir a cada momento de uma prova de paratriatlo e, principalmente à chegada à meta, faz qualquer pessoa acreditar que é possível ultrapassar obstáculos que julgávamos serem intransponíveis.

O tempo esteve incerto, mas acabou por chegar o sol e choveu pouco durante a prova, que acabou por ter uma agradável temperatura.

José Mendonça ganhou o primeiro lugar da sua categoria (PTS3), com 01:40:43, numa prova sem quebras. O atleta natural da Madeira, que viveu em França durante muitos anos, ‘pesava 98 quilos quando se apercebeu que tinha que fazer alguma coisa’.  Viu no Triatlo uma hipótese de sair para treinar, estar em forma e sentir-se mais feliz. «O mal das pessoas é fecharem-se em casa, temos que sair para desfrutar da vida». José Mendonça diz que o seu objetivo é nunca parar e em simultâneo poder inspirar outras pessoas a praticar desporto e triatlo. O seu primeiro desporto foi a natação, começando mais tarde por andar de bicicleta e depois por correr, mostrando que é possível, mesmo que com alguma incapacidade física. O atleta passou esta época por uma grande evolução, sendo muito assíduo e persistente nas provas regionais desta época.

Filipe Marques, que conseguiu um excelente 5º lugar na categoria PTS5, uma das mais competitivas mundialmente, ficou satisfeito com a sua posição afirmando que ‘deu tudo o que podia. «Tentei dar tudo e chegar mais próximo dos lugares da frente, o que não foi possível, tentei poupar-me no ciclismo e depois na corrida foi dar o máximo para chegar o mais rápido possível.»

O atleta completou a prova com 01:06:31, numa prova ganha pelo triplo campeão Paralimpico, o alemão Martin Schulz, com um tempo de 01:02:58.

Gabriel Macchi tem dois guias, Martim Nunes foi quem o acompanhou nesta prova

Gabriel Macchi tem dois guias, Martim Nunes foi quem o acompanhou nesta prova

Gabriel Macchi ficou em 8º, com o tempo de 01:15:45 na categoria PTVI que é destinada a atletas com dificuldades visuais com utilização de guia.

O atleta, que tem um projeto relacionado com o atletismo e mais concretamente com a maratona, pratica triatlo por ser «menos massacrante e para alterar o desporto habitual. Preparamos muito bem o Mundial de Londres que é abril, mas o corpo agradece se fizermos treinos diferentes. Tentamos fazer uma preparação mais abrangente ao nível da corrida e também do ciclismo e da natação».


O madeirense Rodolfo Alves, alcançou a 14ª posição, com 01:28:47, também na categoria PTVI.

 

Emanuel Gonçalves, também da Madeira, obteve a 10º posição na categoria PTS4 e diz que: «O desporto é saúde e é muito significativo chegar à meta numa modalidade que nem é a minha, já que a minha é a natação. Estar aqui, receber o apoio e os aplausos do público é mais importante que uma medalha!». Pedro Basílio foi 11º também na categoria PTS4, com 01:31:49.

 

Vasco Rodrigues, Presidente da Federação de Triatlo de Portugal, mostrou-se muito satisfeito: «Considerando que ainda não começou o período de preparação para os Jogos Paralímpicos tivemos aqui um nível geral bastante bom, os portugueses incluídos.»

Esta competição contou também com as presenças do Presidente do Comité Paralimpico, de representantes da Fundação do Desporto e dos Jogos Santa Casa, parceiros determinantes para o sucesso da iniciativa. Todos eles ficaram impressionados com o nível competitivo deste evento, assim como o compromisso demonstrado pelos atletas.

Este foi um evento organizado pela Federação de Triatlo de Portugal, pela Associação Regional de Triatlo da Madeira e pela Câmara Municipal do Funchal.

Muitos parabéns a todos, parabéns a Portugal e à Madeira!

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